Julie

Meu Cantinho
8 min readJan 6, 2020

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Eu e Julie tivemos um encontro há três anos para comer e conversar. Começou a chover quando estávamos indo em direção à sua casa e a levei para debaixo de um toldo. Encostei-a no muro, olhei com muito tesão para aquele corpo gostoso, ela olhou para mim e sorriu como quem já sabia as minhas intenções e meus próximos movimentos. Agarrei com cuidado a sua cintura e nos beijamos por alguns minutos. Quando paramos, ela comentou que o meu coração batia muito rápido. Eu não respondi nada, mas eu estava tomado pelo tesão.

Depois daquele dia eu quis vê-la novamente, mas ela não demonstrou mais interesse e segui minha vida.

Julie namorou um cara meses depois do nosso encontro e esse relacionamento durou alguns anos. E eu me envolvi com outras pessoas, mas sempre estava de olho nela, torcendo para que um dia nosso encontro se repetisse.

Quando eu estava a sós, imaginava que ela terminaria o namoro, marcaríamos outro encontro e aconteceria a melhor foda da minha vida. Também imaginava situações em que o relacionamento dela seria aberto e ela me procuraria, ou que o casal me convidaria para transar em uma noite qualquer.

Foram inúmeras situações que existiram apenas na minha cabeça.

Até que um dia Julie apareceu na loja de calçados em que eu trabalhava. Fiz o possível para me conter e não demonstrar tanta excitação. Julie era o tipo de pessoa que eu queria tanto transar que só de vê-la apontando na esquina eu me excitava e ficava molhado em questão de minutos.

Ela me viu quando entrou na loja e me cumprimentou com um sorriso simpático. Conversou com um atendente e depois começou a olhar as vitrines. Meu coração batia mais rápido porque essa seria a oportunidade para uma investida.

Tomei coragem e me aproximei. Ela estava procurando uma sapatilha, e conhecendo um pouco do seu estilo, eu já sabia qual ela poderia gostar. Voltei do almoxarifado com uma caixa e mostrei a ela uma sapatilha azul. Quando tirei a sapatilha da caixa expressões de euforia e vibração abriram em seu rosto.

Naquele momento minha mente viajou para longe e imaginei ela reagindo dessa forma quando abrisse o zíper da minha calça, vibrando com vontade de me mamar. Quando voltei do meu devaneio, dei-me conta de que havia um nítido volume na minha calça. Automaticamente olhei para Julie e ela também havia percebido minha ereção. Ela encarou o meu volume por alguns segundos e eu não soube interpretar aquela reação, mas parecia pensativa. Com muita vergonha, abaixei e coloquei as sapatilhas ao lado de Julie. Ela não disse nada, virou-se em direção ao chão e tirou lentamente a sapatilha que estava usando. Seus pés eram os mais lindos que já vi; e nisso, uma ereção mais intensa que a anterior aconteceu; e nesse momento descobri que eu tinha fetiche por pés. Eu não sabia o que fazer. Meu pau mais duro que pedra latejava de frente para o rosto dela.

— Vou ficar com estas mesmo. Valeu pela indicação — ela agradeceu, ignorando a situação embaraçosa em que eu me coloquei.

Coloquei a caixa com as sapatilhas em uma sacola e a levei até o caixa. Em seguida, nos despedimos e ela foi embora.

Trabalhei com um certo incômodo durante o restante da tarde por causa da sensação de umidade em minha calça e dos endurecimentos involuntários que o meu pau teve durante o expediente. A verdade é que fiquei com o pensamento fixado em Julie e seus pés. Pensamentos sexuais invadiam minha cabeça a todo instante e eu sentia que era difícil controlá-los. Eu não via a hora de chegar em casa e gozar à sós com todas essas cenas que saltavam da minha cabeça.

Depois de um dia intenso de trabalho e inúmeros devaneios sexuais, cheguei em casa, tirei minha roupa e me masturbei muito pensando em Julie. Nesses pensamentos eu fodia ela em várias posições, agarrando com força o seu corpo suado sobre o meu e ela me dava os pés para beijá-los.

Quando terminei, me joguei no sofá, com muito gozo descendo pelo abdômen e espumando suor pelo corpo todo. Eu ofegava muito. Minha respiração estava mais lenta e as minhas pernas ficaram bambas por um bom tempo. Joguei a cabeça para trás e relaxei meu corpo, sentindo os efeitos do pós-orgasmo. E pensava mais uma vez o quanto seria bom sentir aquela pele macia sobre o meu corpo, deixando de ser apenas uma fantasia sexual das minhas masturbações.

Ao meu lado, o celular tocou, e acordei daquele relaxamento.

— Alô?

— Oi. É a Julie! Tô ligando para dizer que a sapatilha ficou muito boa.

Me surpreendi muito que ela tenha ligado para falar sobre a sapatilha, mas naquele momento tentei demonstrar tranquilidade.

— Oi, garota! Que bom que gostou. Achei muito sua cara. Quando você disse que queria uma eu já sabia o que te oferecer. Há! Há!

— Amei essa cor. Combina com várias roupas que tenho e dá para usar em diversas situações. — Houve um breve silêncio, e antes que eu pudesse tomar fôlego para inventar um assunto qualquer, Julie se apressou: — Ei! Fazia tempo que a gente não se via, né?

— Sim! Já deve fazer uns três anos que não parávamos para conversar de fato.

— E quando tivemos a oportunidade de conversar foi para você me vendar uma sapatilha. Há! Há! Há! — Meu coração palpitava mais rápido e algo me dizia que aquela conversa não era à toa. — Hm… Se eu não me engano, a última vez que nos vimos foi naquele dia que saímos correndo na chuva. Você lembra disso?

— Como eu poderia me esquecer? Foi uma noite muito boa — eu disse, tentando conter a ansiedade na minha fala.

— Foi boa para mim também. Devíamos nos ver mais vezes — ela disse, com um tom de voz muito doce.

— É só dizer o dia que eu vou até você sem problema nenhum.

— Olha… você tem compromisso agora a noite? Eu cheguei em casa há cerca de uma hora e tô sozinha. Você poderia vir aqui. Eu posso cozinhar algo e a gente conversa, come e bebe umas cervejas, em nome dos velhos tempos.

— Vou colocar uma roupa e chego aí em trinta minutos, pode ser? Vou passar no mercado e comprar umas brejas — respondi, sem pensar duas vezes. Nesse instante a minha intenção de não demonstrar tranquilidade foi por água abaixo. Eu queria muito vê-la e não consegui conter a empolgação.

— Ta bom. Vou preparando as coisas aqui então. Tô te esperando. Beijos!

Quando desligamos eu me joguei no sofá novamente e dessa vez sentindo a adrenalina e a ansiedade de poder ver Julie novamente. Eu não fazia ideia do que poderia acontecer. Ela queria apenas conversar ou era uma investida para ficarmos novamente? De qualquer forma, eu achei que valia a pena ir, sem tantas expectativas.

Fui ao mercado, comprei um fardo de cerveja e por volta das seis e meia cheguei à casa de Julie. Ela abriu a porta e me cumprimentou com um beijo no rosto. Estava vestindo a parte de cima de um baby doll, as sapatilhas que comprou e um short azul. Me deu a cerveja gelada que estava em sua mão, e dei a ela o fardo que eu havia comprado. Fomos em direção à cozinha e ela correu na frente para ver o macarrão que estava no fogo. Eu a segui, enquanto reparava que a casa tinha o cheiro dela e isso era imensamente agradável. Dava para ouvir o som alto e animado da música que tocava na pequena caixa de som posta na cozinha. O clima era todo muito atraente.

Julie distribuiu as cervejas no frízer da geladeira, depois bebemos e conversamos bastante enquanto ela terminava de cozinhar o macarrão. Conversamos sobre os tempos de ensino médio e o quanto as pessoas mudaram desde então, inclusive nós. Hoje em dia Julie tem opiniões mais formadas sobre assuntos em geral, principalmente no que diz respeito aos direitos das mulheres e algumas outras questões políticas. Eu tinha opiniões parecidas com estas desde a adolescência, apenas reformulei algumas ideias. Eu mudei um tanto desde aquela época para cá, principalmente minha aparência. Cortei o cabelo e me visto bem melhor agora; antes eu só me vestia bem quando ia encontrar alguém para beijar.

Terminamos o papo na cozinha e fomos comer no sofá.

Depois de longas conversas e uma sintonia muito boa ficamos em silêncio pela primeira vez desde que eu havia chegado. O molho branco estava delicioso.

Eu estava tão concentrado em comer que demorou alguns minutos para eu perceber que Julie estava olhando para a janela da sala como quem olha para o nada pensando em tudo. Senti que eu deveria dizer algo ou perguntar se estava tudo bem, mas ela se antecipou e disse:

— Terminei um namoro há três meses…

— Fiquei sabendo. Você tá bem em relação a isso? — eu questionei.

— Eu tô. Ele queria ter a vida dele, tinha vontades diferentes das minhas e a gente discordava de muita coisa. Eu sofri um pouco no começo, mas agora acredito que foi melhor assim, para mim e para ele. Eu perdi de me divertir muito por causa desse relacionamento — ela disse, e moveu as mãos até as sapatilhas.

— Agora que você falou, vocês realmente pareciam diferentes entre si. Sem contar que você também mudou muito, né? — eu disse, enquanto observava Julie tirar lentamente as sapatilhas. Ao observá-la, senti algo latejando discretamente entre as minhas pernas.

Eu havia me excitado, mas usei a bebida como desculpa para não me importar tanto com algo que aparecia nitidamente em mim.

Julie teve a mesma expressão de quando esteve na loja ao olhar diretamente para o meu pau na sala de sua casa. E inesperadamente, ao ter os pés totalmente nus, colocou suas pernas sobre as minhas. Seus pés, tão desejados por mim, estavam sobre o meu corpo.

— Sim, somos bastante diferentes hoje em dia.

Depois disso ela não disse mais nada, e eu também não. Desta vez, houve um silêncio maior e duradouro.

Ela mexia os dedos dos pés para frente e para trás, numa dança estranha.

De repente, senti aqueles pés tocarem meu pênis. Olhei rapidamente para ela e parecia que estava me observando há um tempo. Olhava para mim como há três anos atrás, e também sorriu para mim como naquele dia.

Ela o acariciava lentamente com seus pés enquanto meu coração acelerava aos poucos.

— É gostoso… essa sensação? — perguntou, enquanto continuava os movimentos.

— Sim. Bom demais — o ritmo da minha respiração começava a mudar.

Olhei para o meu falo, para os pés sobre ele e subi o olhar para as pernas dela. Eu queria tocar aquele corpo, e já que ela quis me acariciar pensei que eu pudesse fazer o mesmo. Pus minhas mãos sobre suas coxas. Apertei-as fortemente enquanto descia até os joelhos e subia próximo à virilha. Beijei seus pés, fazendo movimentos lentos com os lábios. Julie parecia à vontade com aquilo, e eu também. Nossas intenções pareciam mais nítidas agora.

— Você gosta deles né? É um tipo de fetiche?

— Hm… eu não sei. Eu queria beijá-los desde o instante em que os vi lá na loja. Seus pés são lindos.

— Há! Há! Há! Fica à vontade então!

Beijei-os mais um pouco, enquanto continuava os movimentos com as mãos sobre as coxas dela.

De repente, Julie sentou-se, e por um segundo encarou meu pau nitidamente duro sob a minha calça. Eu apenas esperava seus próximos movimentos, enquanto meu coração acelerava cada vez mais.

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